quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Carpe diem



Último dia de 2009!
Foi um ano e pêras!!
Não concretizei todos os desejos que formulei há um ano atrás, mas posso dizer que foi um ano vivido! Com isso, quero dizer, que me senti viva: não vivi sem viver.
Foi um ano conturbado em que experimentei emoções e sentimentos inéditos, em que me envolvi em atitudes de inconformismo e rebeldia, em que descobri em mim um sentido de liberdade que nem sabia existir.
Cimentei amizades, descobri encantos inesperados em algumas pessoas: é quase dramático o que nos pode passar ao lado se não detivermos, por alguns momentos, o nosso olhar nas coisas e nas pessoas que nos rodeiam.
Com tudo isto cresci: amadureci mais um pouco, pois, conheço-me agora melhor.
Nem tudo foi positivo, longe disso, mas o que eu quero reter foi o que de bom ficou em mim. E foi bastante!
Para o novo ano... não sei se vou fazer planos, ou definir grandes metas: acho que vou viver um dia de cada vez, da melhor maneira possível.  

domingo, 20 de dezembro de 2009

(E)terno



Fecho os olhos e volto a sonhar...
O mundo fica perfeito do jeito que eu quero.

Tu estás lá, sempre comigo.
Eu fico na paz dos teus braços,
no conforto do teu peito.

Rodamos num mundo só nosso
numa harmonia inquebrável e eterna.
Não quero acordar:
é assim que eu quero ficar...
para sempre.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Alguns desvios




Ao caminho muito certo que traçamos, temos, por vezes, que fazer um desvio (estou a parafrasear alguém).
Os desvios que vamos fazendo resultam, muitas vezes, de acontecimentos imprevistos, de actos de rebeldia, de gritos de afirmação, de sensações inesperadas... e dão-nos o alento necessário para continuar o nosso caminho... ou não. Esse desvio pode transformar-nos e levar-nos por um percurso diferente daquele que trazíamos anteriormente. Pode até ser um trajecto semelhante, mas há-de ter um brilho diferente (ou uma sombra) deixado pelas emoções que acabámos de viver.  A rebeldia pode impelir-nos para esse desvio, tal como a curiosidade, a coragem, a determinação, o sentido de liberdade, o amor ou a ambição...
Todos eles (os desvios) comportam riscos: trata-se de um caminho desconhecido que pode alterar significativamente aquilo que costumávamos ser...
A vida é, contudo, um risco permanente: nunca sabemos o que está para além do agora. Mas talvez seja aí que resida (na imprevisibilidade) a nossa vontade de viver.
Pareço ter apenas uma certeza: há-de ser mil vezes melhor se não percorrermos esse desvio sozinhos; se pudermos partilhar cada uma das nossas emoções, se pudermos dividir as nossas vitórias com quem saiba dar-lhes valor, se pudermos contar com uma mão que nos ampare no caso de tropeçarmos...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

8 de Dezembro

8 de Dezembro: dia da Imaculada Conceição, rainha e padroeira de Portugal desde 1646 (seis anos após a restauração da independência).
Trata-se de um dogma católico que assinala a concepção de Maria sem mácula do pecado original...
Este pecado original está associado à nossa condição humana, à nossa imperfeição, à origem do sofrimento e do mal.
Só entendo este dogma se ele servir para nos lembrar da nossa condição de seres imperfeitos que devem  sempre buscar dentro de si a paz e a serenidade necessárias para viver em harmonia com os outros, consigo próprio e com o mundo em geral.
Por outro lado, considero que ele parte de um princípio errado: de que o ser humano é, por princípio, um ser impuro, carregado de pecado, desde a sua concepção. Afinal, resultamos de algo mágico que é a criação da vida a partir do nada...
Não costumo ocupar-me de dogmas e tenho andado algo afastada do culto religioso, mas aproxima-se o Natal que todos nós comemoramos efusivamente, provavelmente, sem pensarmos por minutos na sua origem ou na sua mensagem.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Chuvinha

Que dia enfadonho amanheceu, hoje!!!
A chuva aborrecida, miudinha e leve parece estar sem pressas de ir embora.
Que diferença faz um dia de Sol luminoso!!!
Provavelmente, ficarei aqui por casa, contagiada pela nostalgia do tempo... Os meus planos de fim de semana diluiram-se com o nevoeiro e a chuva... Nada de passeios renovadores ao ar livre ou dedicados ao meu jardim que (pobrezinho) está com ar abandonado! Nada de pseudo-agricultura: a minha oliveira vai continuar carregadinha até estar tempo de lhe colher as azeitonas.
Bom, mas há sempre aspectos positivos: a minha lareira é sempre uma boa alternativa num dia de chuva. Que o digam as gatas cá de casa... e o gato também! Viva a preguiça e as sonecas!!!

domingo, 29 de novembro de 2009

Cubismo em mim

Picasso


A vida permanece distorcida,
desfocada...
Parada nas horas indeterminadas,
na sensação inconsciente de eternidade.

Um vida partida em mil planos
que focam a imagem serena,
mas irreal do meu ser.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Gaivota

Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.


Que perfeito coração
no meu peito bateria
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.
                                      Alexandre O'Neill


sábado, 14 de novembro de 2009

Se eu podia viver sem...



Se eu podia viver sem...


Podia, mas não era a mesma coisa!


Sem.. o quê?


Se eu tivesse que pensar no que é realmente importante para mim na vida, o que escolheria?


Para além das prioridades comuns a todos nós (família, saúde, emprego...) ocorrem-me coisas simples, mas muito importantes...


O brilho do sol, o meu jardim, um almoço ou um jantar sem hora para terminar com pessoas de quem gosto, a cor e a brisa do mar, conhecer uma nova cidade, receber um abraço quando estou mesmo "down", o sorriso e as risadas dos meus amigos (leia-se tb amigas), ouvir uma música suave, ler um bom livro à tardinha, conversar,...


Pois é, sou uma pessoa simples!


Mas se a vida me ensinou algo, foi saber que, às vezes, é preciso muito pouco para o nosso coração pular de alegria!




domingo, 8 de novembro de 2009

Palavras

As palavras são simples, doces:
acarinham-me, mimam-me.

O meu peito emociona-se
e aperta-se de ternura.

É hora de sentir a vida vibrar,
de respirar profundamente cada dia.

Mas, por que razão, sinto que rodopio à volta de mim mesma sem rumo?

sábado, 24 de outubro de 2009

Vazio


Um vazio preenche-me a alma.


Insisto, procuro as emoções.


Mergulho em pensamentos

Racionalizo...

Debato-me com a imaturidade de saber amar.

Procuro em desespero o caminho

mesmo sabendo que não sei encontrá-lo.



quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Estranha forma de vida










Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
que é toda minha a saudade.
Foi por vontade de Deus.


Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de vida perdida,
quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.


Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.


Eu não te acompanho mais:
pára, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.

Amália Rodrigues

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Fantasmas


Cá dentro do nosso peito, a paz oscila com o conflito; a dúvida oscila com a serenidade.
Por mais que tentemos aniquilar os nossos fantasmas, estes voltam sempre, como se nada tivéssemos feito pela nossa paz de espírito, pelo nosso crescimento interior, pelo nosso amadurecimento.
Eles reaparecem e nós voltamos a ter a alma dominada pelos medos, pelos traumas, pelos momentos de dor que foram deixando marcas indeléveis.
Os fantasmas trazem o questionamento...
E nós, para aliviarmos a dor asfixiante, tomamos uma decisão... Esta traz o fim da batalha, mas até quando?


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Dá-me a mão

Fica aqui, ao pé de mim,
Não me deixes sozinha...

Dá-me a mão,
ajuda-me a prosseguir, devagar.

Estou cansada do caminho, sempre íngreme.

Olha para mim,
ouve-me, deixa-me descansar.

Só hoje... deixo-me levar.

Só hoje, não quero parecer aquilo que não consigo ser...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O tempo...

O tempo escorre, movediço...

Os dias sucedem-se
uns atrás dos outros, sempre.

Debato-me pelo sentido
de uma vida que passa rápida:
implacável com os que hesitam,
que temem, que não ousam...

Solta as asas!

Enche o peito e voa
para lá do monte!

sábado, 15 de agosto de 2009

Um dia de verão


Estou de férias! Estou totalmente de férias!!! Até o meu cérebro entrou de férias!

Este poderia ser um período profícuo no qual poderia encher este blogue de ricas crónicas e de pensamentos profundos atendendo ao tempo de que disponho nestes dias. Contudo, encontro-me globalmente pachorrenta sem laivos de grandes iniciativas. O calor ajuda à preguiça e envolve-me numa sonolência reparadora.

Claro que poderia fazer inúmeras coisas muito úteis, mas não me apetece... Lembro-me de F. Pessoa que foi dizendo:

"Ai que prazer não cumprir um dever

Ter um livro para ler e não o fazer!

Ler é maçada, estudar é nada.

O sol doira sem literatura.

O rio corre bem ou mal,

sem edição original.

E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal

como tem tempo, não tem pressa..." (...)

Para já, não tenho pressa...

Deixo-me levar na lentidão volumptuosa dos dias mornos e na brisa malandra da noite estrelada.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Bom dia, dia!

A vida dá voltas e voltas, altera-se subitamente, muda-nos, surpreende-nos! Talvez, por isso, seja tão apelativa! Quando pensamos que ela perdeu a graça, eis que nos revigora com uma novidade, com um brilho inesperado, com uma emoção que estava adormecida. Tenho aprendido (e isso é uma das maravilhas da vida) que nunca é tarde para começar, para mudar, para criar, para aprender, para rir... Para nos juntarmos a pessoas que nos fazem felizes, a pessoas positivas, emotivas, generosas... Essas são indispensáveis para nos sentirmos bem!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Abraços



Gosto de abraços!


De abraços apertados, aconchegantes, ternurentos... Os abraços dados por quem gostamos, proporcionam-nos uma sensação de conforto, de união, de protecção... Dão-nos segurança, renovam laços, substituem palavras...


Os abraços renovam-nos a alma, aliviam-nos a culpa, pedem perdão, desculpam: são terapêuticos.


Num abraço conhecemos um amigo!






quinta-feira, 2 de julho de 2009

Vida

Ultimamente, tenho pensado que a vida de cada um de nós é apenas um momento mínimo na história da humanidade, um pequeno suspiro, um grãozinho imperceptível. O tempo voa, a idade "madura" chega sem que nós nos tivessemos apercebido da passagem vertiginosa e implacável do tempo. Mas ele passa e deixa marcas: físicas... intelectuais... afectivas... emotivas...
Reparo, no entanto, que o nosso coração permanece sempre jovem! Não o coração como orgão, mas o coração poético... Esse mantém a mesma capacidade de amar, de se emocionar, de pular de alegria, de se contrair de tristeza! São essas emoções que nos fazem sentir VIVOS e jovens, mesmo quando o nosso corpo teima em lembrar-nos o que ficou para trás...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Momentos felizes!

Quero registar (para não mais esquecer) um dos momentos em que fui completamente feliz. A receita é muito simples: um grupo de pessoas com afinidades entre si, alegres, dispostas a sentirem-se livres, a dançar, a dizer e a fazer disparates, a regredir até aos 12 anos de idade, a rirem-se por tudo e por nada, a pular até à exaustão... Para que tudo fosse perfeito juntou-se música pimba, um espaço amplo, um céu estrelado, uma temperatura amena e... toca a desfrutar de umas horas maravilhosas! Esta noite fez-me reflectir na simplicidade da vida e na facilidade com que podemos encher o nosso coração e a nossa memória de momentos inesquecíveis. Se bem que será difícil repetir esta noite delirante em que os deuses se juntaram para nos fazerem felizes.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Os outros...


Por norma, gosto das pessoas! Sou assumidamente um ser social que gosta de estar com os outros para conversar, dar risadas, trocar impressões, cuscar, planear... Sinto-me bem no meio dos outros!

Contudo, não consigo evitar ser muito ciosa do meu espaço e do meu canto: preciso de um espaço e de um tempo só meus.

O ser humano é um ser social que precisa dos outros em diversas vertentes, por isso, raros são os eremitas que se isolam do mundo para viver.

Apesar desta necessidade inerente à nossa espécie, o convívio entre pessoas nem sempre é pacífico.

Acho que cada um de nós se esforça por ser socialmente agradável e por ser bem visto e bem aceite pelos seus pares, mas nem isso evita o conflito. Os interesses individuais, o egoísmo (por vezes, egocentrismo), as frustrações, as desilusões, a inveja, o despeito, o cansaço fazem com que os nossos modos socialmente correctos estalem e que a eles se sobreponha a nossa vertente mais escura e desagradável.

Por estar consciente destes factos e por reconhecer em mim alguns destes defeitos (que todos apresentam em maior ou menor quantidade), sou, por norma, tolerante com os outros e raramente guardo rancores por muito tempo. Claro que isso não significa que eu não fique furiosa com algumas atitudes e não responda à altura; significa, sim, que não guardo as mágoas por muito tempo.

Acho que arrecadar as mágoas passadas é um entrave à nossa paz interior e é essa que mais valorizo na minha vida: estar de bem comigo mesma é sentir-me leve e é estar perto de ser feliz.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Work! Work and work!


Ufa! Que labuta!!! Há quanto tempo não venho até aqui para falar de qualquer coisa?

Afinal, ao contrário do que se diz, os profs. têm muito que fazer... E o trabalho é tanto que sobra para os fins de semana, serões, feriados... E continua... sempre...

Olhando para este último ano, verifico que foi dedicado intensamente ao trabalho. Estou desesperadamente a necessitar de algum tempo para me dedicar às coisas completamente banais de um dia-a-dia sem grandes responsabilidades ou exigências.

Mas ainda falta um bocadinho para que isso possa acontecer... E esse bocadinho passará num flash!

Por vezes, sinto vontade de ter uma profissão que pudesse ser deixada fora de casa, que tivesse apenas a durabilidade do horário de trabalho (nine to five); depois disso, poderia dedicar-me essencialmente àquilo que me desse prazer fazer.


terça-feira, 19 de maio de 2009

A fantasia

"Everybody must have a fantasy", Andy Warhol.

A fantasia é a poesia das nossas vidas, é ela que nos alimenta quando o nosso dia-a-dia se transformou numa rotina sem brilho. É ela que nos faz esquecer, por momentos, as frustrações e o cansaço das responsabilidades.

Desde sempre que, voluntária ou involuntariamente, a minha mente cria fantasias que me permitem evadir-me à rotina. É um hábito, é uma estratégia mental que me traz forças para continuar...

A fantasia é a minha "resiliência", ou seja, é nela que reside a minha capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas.

Não sei se o meu conceito de fantasia se aproxima daquele que Warhol tinha em mente...
O meu conceito consiste na criação de um mundo imaginário no qual eu posso ser e ter aquilo que eu quiser. É uma fantasia que não interfere com o meu dia-a-dia ou que não necessita de ser materializada; existe apenas como um refúgio, um abrigo...



domingo, 17 de maio de 2009

A linha da vida

Haverá um destino, uma linha de vida previamente traçada e da qual não podemos fugir?
Sou uma pessoa muito terra a terra e que costuma acreditar naquilo que vê. Acredito que as nossas decisões, as nossas escolhas, a nossa coragem ou a nossa covardia traçam o nosso percurso de vida...
Contudo, nem tudo está nas nossas mãos: há imprevistos, há coincidências, há momentos certos ou errados, há encontros ou desencontros que poderão mudar a nossa vida para sempre.
Acredito que o nosso percurso oscila entre duas linhas: a linha das escolhas, das decisões e a linha do imprevisto à qual poderíamos chamar da sorte (ou do azar).
Costumo dizer que sou uma azarada sortuda: houve factos imprevistos na minha vida que a tornaram tortuosa e difícil; mas houve também rasgos de sorte que me foram acompanhando e que resolveram situações difíceis para as quais parecia não haver solução.

sábado, 9 de maio de 2009

Os outros

O que ainda me surpreende são as atitudes inesperadas por parte de algumas pessoas. Os gestos de carinho de quem não estávamos à espera são aqueles que mais nos vão aquecendo o coração e nos vão dando alento nesta vida desenfreada.
Às minhas amigas e aos meus amigos que me afagam e me vão dando empurrõezinhos para seguir em frente, mesmo quando me sinto com vontade de abrandar, deixo o meu obrigada!
Apesar de ser uma pessoa que valoriza o estar só (não a solidão), gosto muito dos momentos de conversa e risadas com as pessoas que comigo partilham as ideias, os interesses, os temas de conversa... Estes momentos renovam-me e dão brilho ao meu dia-a-dia.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Amadurecer ou endurecer?


Se há coisas que nos fazem amadurecer, são aquelas que nos proporcionam vivências que, de alguma forma, alteram a nossa forma de estar, de agir, de olhar, de aceitar ou de rejeitar.

São essas que nos permitem conhecer os nossos limites e que fazem sobressair o que há de pior e de melhor em nós.

São os momentos conturbados e revoltosos que nos permitem ver quem está connosco e partilha da nossa forma de ver a vida... Nesses momentos, fazem-se novas amizades assentes nas cumplicidades e nas determinações comuns. Vivem-se emoções que nos extenuam e que nem sabíamos que poderíamos experimentar. Sobressai em nós, um eu que desconhecíamos e do qual, por vezes, nem gostamos. Um eu rude que sabe ferir os outros: indignado, furioso, revoltado.

Mas são esses obstáculos que dão sentido à vida e que nos "endurecem"; mas que também nos permitem saborear os bons momentos com deleite.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Eh, eh, eh!



Providência cautelar interposta por SPRC/FENPROF foi decretada!
O Ministério da Educação foi condenado, por sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra (TAFC) e obrigado a abster-se de informar os Presidentes dos Conselhos Executivos (PCE) das escolas e agrupamentos que estes poderão, tendo em conta as situações concretas das suas escolas, fixar [ou não] os objectivos individuais (OI) de avaliação dos docentes que os não tenham entregado. Ou seja, tendo sido decretada definitivamente esta providência cautelar, fica ultrapassada a possibilidade de serem criadas situações de desigualdade, decorrentes de decisões tomadas de forma arbitrária, que permitiam que alguns PCE's recusassem avaliar os docentes por estes não terem proposto os seus OI. Seguir-se-á, agora, a interposição, junto do mesmo Tribunal, da acção administrativa especial.
O Secretariado Nacional da FENPROF30/04/2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

Encruzilhada

Estou a precisar de um novo estímulo que me sacuda e me revigore...
Estou sem uma meta que me empurre e me faça ter vontade de agir...
Estou numa encruzilhada que me baralha e me faz vacilar...
Que caminho devo seguir? Que novo desafio devo escolher?
Paro? Avanço? Luto? Espero?
Tens alguma sugestão?
Pois, eu sei que compete a cada um de nós definir os caminhos que devemos percorrer e escolher as batalhas que estamos dispostos a enfrentar; contudo, há momentos na nossa vida em que ficamos sem ideias e sem vontade de decidir seja o que for.
Apetece-me somente ficar parada no silêncio, a dormir, a apanhar sol, a não fazer absolutamente NADA!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A racionalidade


Sou uma pessoa pouco dada a sentimentos que me transportem para uma felicidade extrema ou para uma profunda tristeza. Este meio termo acinzentado poupa-me a grandes desgostos, mas impede-me de subir às nuvens...

Provavelmente, sou uma certinha enfadonha: dificilmente conseguirei soltar as amarras da racionalidade e partir para uma loucura que comporte demasiados riscos.

Não se trata do peso da maturidade; pelo contrário. Posso dizer que o amadurecimento nos faz mais reflexivas, mais conscientes, mais introspectivas; mas mantém intocável a rebeldia e a coragem que há em nós.

Controlar as emoções é uma estratégia pessoal de sobrevivência que, usada com exagero, nos pode transportar para um campo de alienação, demasiado vazio e árido.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pensamentos actuais

Falei-vos no outro dia do sentido da liberdade que é, para mim, um valor inextinguível...
Só tive noção disso muito recentemente quando me apercebi que as novas regras impostas são um controlo à minha liberdade individual. O facto de quererem controlar todos os meus actos através de papelada que me asfixia e me desvia a atenção e a energia daquilo que realmente interessa e que é a razão da minha profissão; faz com que uma sensação de rebeldia se instale em mim.
O princípio de que o indivíduo é malandro e incompetente e que, por isso, tem que ser vigiado em todas as suas acções, está progressivamente a instalar-se... Mas poucos parecem ter noção disso...
Talvez por isso, a alegria que me acompanhava no dia-a-dia vai desaparecendo e vai sendo substituída por um cansaço quase permanente: o tempo que eu dedicava aos meus alunos deve agora ser utilizado no preenchimento de papelada para me avaliar. Aí começa a minha rebeldia! Não vou fazer nada que me afaste daquilo que realmente me interessa: ensinar. Quanto ao resto, aos portfólios a abarrotar de inutilidades... não quero nem saber!!!
Objectivos... desde quando se podem estabelecer objectivos que implicam terceiros??? Então, eu posso controlar a vontade, o interesse, os limites dos outros?
Estou farta de directrizes parvas, obtusas e sem sentido, de quem está asfastado da realidade do ensino.
Para além disso, a convicção de que meia dúzia de pessoas pode decidir tudo sobre o futuro de um país é realmente uma ideia aterradora.

sábado, 18 de abril de 2009

O dia vestiu-se de cinzento


Passou-se uma semana de trabalho e eu estou... exausta!
Mas que desalento é este, afinal?

Hoje, nem o cinza escuro do céu está disposto a colaborar comigo para me animar. Será que me transformei na imagem do desalento, a arrastar-me de tédio e de um vazio absoluto? Mas eu não queria isso para mim.
Onde poderei procurar a energia que me deveria animar e a vontade que me deveria empurrar? Hoje, nada me ocorre... Um cansaço absoluto mantém-me numa espécie de consciência anestesiada...

Entretanto, olho o céu cinzentão e triste; e aguardo que amanhã surja uma réstia de sol que me anime e me traga a energia que me falta para seguir em frente.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Está na hora de voltar

Ai! Está na hora de voltar ao trabalho...
Por que razão sinto este aperto na garganta, esta dor no peito? Lembro-me do tempo em que me sentia entusiasmada por voltar para a escola, em preparar as minhas aulas depois de uma pausa...
Então, por que razão toda a minha alegria de começar de novo desapareceu e, no lugar dela, sinto esta ansiedade?
Gostaria que o tempo voltasse atrás, que eu continuasse sem ver, que o cansaço absoluto não me dominasse e que a minha pasta não se tivesse transformado num peso que mal consigo carregar...
Ah! É verdade! Sobrou o sorriso das minhas crianças que me afaga e que, por momentos, me faz esquecer a minha vontade de desaparecer.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ser feliz


Tu que está aí, diz-me: sabes ser feliz? Passamos o tempo à procura da felicidade, mas nós sabemos ser felizes? Podemos aprender a sê-lo?
Ser feliz, será...
sentir um aperto de emoção no coração?
um almoço barulhento em família?
um banho de sol?
um lanchinho com as amigas?
concluir um projecto que nos exigiu horas de trabalho e sacrifício?
ouvirmos elogiar as nossas capacidades e o nosso trabalho?
dar à luz um filho desejado?
dormir uma soneca ao pé da lareira num dia de chuva?
ouvir uma história inventada por uma criança?
correr de mão dada contigo?
adormecer a pensar que nunca traí aqueles que me querem bem?
Tu que sabes, diz-me. Isto é ser feliz?

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O sentido da liberdade

Aquilino Ribeiro disse que "o sentido da liberdade é como o fogo interior da Terra, que nunca se extingue". Pois é, sempre me senti uma cidadã livre: livre de pensar, de agir, de ir, de decidir. Hoje, sinto que o meu círculo pessoal onde me sinto totalmente livre se apertou à minha volta e continua a estreitar-se o que me causa uma sensação de asfixia dolorosa. O controlo a que estamos sujeitos (socialmente;politicamente) continua a adensar-se e tem-me causado calafrios de preocupação.
Se este stresse profissional teve algum aspecto positivo foi o de eu me conhecer melhor, o de saber que, para mim, o sentido da liberdade é um valor indispensável e do qual não estou disposta a abdicar.

Experimentando a blogosfera


"Diário em linha" é um título tão óbvio que rapidamente se entende que eu pretendo utilizar este espaço para falar de mim... da minha vida...
Serão, certamente, reflexões banais, sentimentos comuns, pensamentos ... Muitos deles relacionar-se-ão, provavelmente, com a minha profissão atendendo à turbulência em que está envolta e à forma inconformada com que encaro as mudanças atabalhoadas que vão surgindo regularmente. Pois é, sou professora!