terça-feira, 19 de maio de 2009

A fantasia

"Everybody must have a fantasy", Andy Warhol.

A fantasia é a poesia das nossas vidas, é ela que nos alimenta quando o nosso dia-a-dia se transformou numa rotina sem brilho. É ela que nos faz esquecer, por momentos, as frustrações e o cansaço das responsabilidades.

Desde sempre que, voluntária ou involuntariamente, a minha mente cria fantasias que me permitem evadir-me à rotina. É um hábito, é uma estratégia mental que me traz forças para continuar...

A fantasia é a minha "resiliência", ou seja, é nela que reside a minha capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas.

Não sei se o meu conceito de fantasia se aproxima daquele que Warhol tinha em mente...
O meu conceito consiste na criação de um mundo imaginário no qual eu posso ser e ter aquilo que eu quiser. É uma fantasia que não interfere com o meu dia-a-dia ou que não necessita de ser materializada; existe apenas como um refúgio, um abrigo...



domingo, 17 de maio de 2009

A linha da vida

Haverá um destino, uma linha de vida previamente traçada e da qual não podemos fugir?
Sou uma pessoa muito terra a terra e que costuma acreditar naquilo que vê. Acredito que as nossas decisões, as nossas escolhas, a nossa coragem ou a nossa covardia traçam o nosso percurso de vida...
Contudo, nem tudo está nas nossas mãos: há imprevistos, há coincidências, há momentos certos ou errados, há encontros ou desencontros que poderão mudar a nossa vida para sempre.
Acredito que o nosso percurso oscila entre duas linhas: a linha das escolhas, das decisões e a linha do imprevisto à qual poderíamos chamar da sorte (ou do azar).
Costumo dizer que sou uma azarada sortuda: houve factos imprevistos na minha vida que a tornaram tortuosa e difícil; mas houve também rasgos de sorte que me foram acompanhando e que resolveram situações difíceis para as quais parecia não haver solução.

sábado, 9 de maio de 2009

Os outros

O que ainda me surpreende são as atitudes inesperadas por parte de algumas pessoas. Os gestos de carinho de quem não estávamos à espera são aqueles que mais nos vão aquecendo o coração e nos vão dando alento nesta vida desenfreada.
Às minhas amigas e aos meus amigos que me afagam e me vão dando empurrõezinhos para seguir em frente, mesmo quando me sinto com vontade de abrandar, deixo o meu obrigada!
Apesar de ser uma pessoa que valoriza o estar só (não a solidão), gosto muito dos momentos de conversa e risadas com as pessoas que comigo partilham as ideias, os interesses, os temas de conversa... Estes momentos renovam-me e dão brilho ao meu dia-a-dia.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Amadurecer ou endurecer?


Se há coisas que nos fazem amadurecer, são aquelas que nos proporcionam vivências que, de alguma forma, alteram a nossa forma de estar, de agir, de olhar, de aceitar ou de rejeitar.

São essas que nos permitem conhecer os nossos limites e que fazem sobressair o que há de pior e de melhor em nós.

São os momentos conturbados e revoltosos que nos permitem ver quem está connosco e partilha da nossa forma de ver a vida... Nesses momentos, fazem-se novas amizades assentes nas cumplicidades e nas determinações comuns. Vivem-se emoções que nos extenuam e que nem sabíamos que poderíamos experimentar. Sobressai em nós, um eu que desconhecíamos e do qual, por vezes, nem gostamos. Um eu rude que sabe ferir os outros: indignado, furioso, revoltado.

Mas são esses obstáculos que dão sentido à vida e que nos "endurecem"; mas que também nos permitem saborear os bons momentos com deleite.